domingo, 19 de agosto de 2018

    Ideias para mudar o mundo: dar voz às mulheres

   Há mais de três milênios ,quando as civilizações começaram a escrever suas próprias leis, uma das questões debatidas era quando e como as mulheres podiam falar.
       A historiadora Amanda Foreman conta que os códigos civilizatórios que datavam de 2.400 a.C- registros encontrados onde hoje é o Iraque- diziam que " se uma mulher falar quando não for a sua vez, seus dentes serão esmagados por um tijolo".
    Esta ameaça evidencia mais ou menos como esta questão foi vista ao longo dos séculos.
        No mundo atual, o direito da mulher de falar é garantido em lei em muitas partes do mundo, mas será que há equilíbrio entre as vozes dadas a homens e mulheres?
        Os Estados Unidos, por exemplo, onde os direitos das mulheres evoluíram consideravelmente, um estudo das Universidades de Princeton e Brigham Young revela que, apesar dos inúmeros avanços femininos em termos de representatividade na sociedade, os comandos de empresas geralmente são dominados por homens.
         A pesquisa observou 94 grupos miatos de pelo menos cinco pessoas em salas de reuniões.
          Chris Karpowitz e Tali Mendelberg, autores do estudo, concluíram que "o tempo que as mulheres falavam era significativamente menor do que a representação proporcional delas- cerca de 75% menos do que o tempo que os homens falavam".
         "Mulheres têm algo muito peculiar e importante para acrescentar ao grupo. Pesquisadores disseram, "e isso está sendo perdido, pel menos em algumas circunstâncias.
            Raízes
         Alguns estudiosos argumentam que o papel dominante dos homens sobre as mulheres em discussões tem suas raízes na infância, quando meninos e meninas assumem, na maioria das vezes de maneira inconsciente, os diferentes papéis que se espera deles.
       Nos estados Unidos com crianças entre 2 e 5 anos descobriu que pais normalmente interrompiam os filhos mais do que as mães, e que ambos interrompiam mais as meninas do que os meninos.
         No livro Mulheres, Homens e a Língua, a professora Jennifer Coates diz que "a mensagem implícita para as meninas é que elas são mais suscetíveis a interrupções" e que o direito de falar para elas é menor do que para os meninos"
        Para acabar com este desequilíbrio, algumas mulheres estão propondo novas medidas.
      A BBC convidou artistas, escritores e cientistas para sugerirem, cada um, uma ideia simples e imediata que pudesse provocar mudanças no mundo.
       No terceiro vídeo da série, Silja Bara Omarsdottir, do centro de Igualdade de Gênero da Universidade da Islândia, que pelo menos por uma vez no ano nenhum homem possa falar em uma reunião antes de ter ouvido uma opinião feminina sobre a questão.
        Ela diz que a mulher tende a esperar a sua vez para falar, mas homens não tem esta percepção e sempre começam a dizer algo antes que ela possa abrir a boca.
        Uma professora canadense tomou essa atitude em sala de aula. Judy Haiven dá aulas de gerenciamento de negócios na Universidade de Saint Mary e afirma que nunca deixa os  homens falarem primeiro em sua sala.
          Ela acredita que essa proposta poderia ser adaptada em outros lugares para evitar que os homens monopolizem os fóruns públicos.
         Mas nem todos concordam uma intervenção como essa seja justa ou efetiva para resolver esta questão. A professora britânica Beard afirma que não há solução rápida para igualar as vozes de mulheres e homens ao mesmo nível de autoridade.
        "Estes preconceitos estão intrínsecos em nossa cultura, nossa língua, e  em séculos e em milênios de nossa história.
            Se não reconhecermos isto, nunca resolveremos o problema de vez"






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